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                Dou por mim a pensar na primeira vez que falei contigo. Para ser sincera, não me lembro bem quando foi, a única coisa que sei foi que desde que me lembro de ti e de falar contigo, desde aquela vez que fui contigo para casa, é como se confiasse em ti e te conhecesse desde sempre.
                Dás-me aquela sensação de segurança que há muito tempo não sentia, não ligas aos meus defeitos e tratas-me como se fosse algo demasiado importante na tua vida para ser realmente verdade. Fazes-me sentir uma pessoa melhor, sentir-me de uma maneira melhor comigo mesmo enquanto me pões um sorriso estúpido na cara.
                Sabes aquele sentimento de tamanha empatia que sentes que já não consegues largar a pessoa? Sim, é mesmo isso que sinto. É como se sentisse que nunca, nunca te vou largar e que vou viver o resto da minha vida contigo como amigo, porque é algo que me realiza como pessoa que sou, que completa o eu que tu conheces. Sem ti, o sorriso que vês seria mais falso e fingido. Contigo, o sorriso é genuíno e, na maior parte das vezes, fácil. Mas a culpa de tudo isso, é tua. Tens culpa da minha felicidade prematura e continua, culpa de grande parte das minhas gargalhadas, culpa de os meus dias ficarem melhores.
                Não sei bem como te agradecer por teres entrado na minha vida. É como se estivesses destinado a entrar na minha vida exactamente como entraste, como se tivesse sido a prenda por algo que não fiz, um bónus para tornar a minha vida em algo totalmente diferente, algo melhor, algo mais feliz.
                Talvez quando te vi verdadeiramente triste, tenha sido quando percebi que eras realmente especial, que não te queria perder e que, ver-te triste, era um dos piores sentimentos que alguma vez senti. Saber que não havia nada que pudesse fazer para te animar deu cabo de mim, fez com que ficasse também triste, mesmo que não o demonstrasse quando estavas comigo. Tentei animar-te e, sinceramente, não sei bem se resultou o se simplesmente o fizeste para me deixar melhor comigo mesma, como fazes sempre.
                Acho que sabes que eu vou estar sempre aqui, aconteça o que acontecer, quando acontecer, ao teu lado, a proteger-te mesmo que não o consiga fazer a 100%, mas farei tudo o que está ao meu alcance para que, na tua face, só apareça o teu sorriso que tanto gosto, para que nos meus ouvidos permaneça o som da tua maravilhosa gargalhada que me faz automaticamente sorrir.
                Não sei como é que em tão pouco tempo me consegui apegar assim a ti. És especial, és tudo, és como o irmão que eu nunca tive, a pessoa que sei que me vai proteger e apoiar seja quais forem as minhas opções e os caminhos que escolher. Sei que posso sempre contar contigo, a qualquer momento e sempre que precisar e, quero que saibas, que também o podes fazer comigo.
                Não é fácil agradecer algo que não se vê, algo inexistente visualmente mas demasiado especial para se puder explicar com simples palavras do meu vocabulário não muito extenso. É impossível pôr por palavras o meu sentimento por ti, aquilo que sinto realmente, explicar o quão especial é estares na minha vida e ter a tua amizade comigo.
                Peço-te que não chores enquanto estiveres a ler isto, porque odeio ver-te chorar, muito menos por mim. É como se me sentisse ainda mais culpada por não puder ajudar, mesmo que sejam lágrimas de felicidade como eu julgo que são, como aquelas que caem pela minha cara em direcção à minha mesa enquanto escrevo isto, mas simplesmente não consigo explicar.             

                A ultima coisa que te quero dizer é que te amo. Amo-te pela pessoa que és, amo-te por tudo aquilo que já fizeste por mim, amo-te por me meteres um sorriso na cara a toda a hora, amo-te por teres paciência para ouvir as minhas parvoíces, amo-te por me amares, amo-te por me relembrares isso a toda a hora, amo-te por me chamares puta, amo-te por dizeres que me odeias, amo-te porque nunca foste bruto comigo, amo-te porque me compreendes sempre, amo-te porque tens essa barba estupida mas perfeita ao mesmo tempo, amo-te por quereres saber de mim como mais ninguém quer, amo-te por seres tu, amo-te por existires, amo-te por todos os teus pormenores, amo-te por todas as tuas qualidades, amo-te por todos os teus defeitos, amo-te por tudo aquilo que és e por tudo aquilo que mostras ser quando estás comigo. Simplesmente amo a nossa relação, amo a tua maneira de falar comigo, amo o facto de sorrires quando eu o faço e chorares quando o faço também. Amo-te.

Life kills.



Alguma vez sentiste que nada na tua vida valia a pena? Que tudo não passava de uma ilusão da tua cabeça? Sentimentos recíprocos que te puxam ora para um lado, ora para o outro? Alguma vez entendeste que, por muito que tentasses melhorar as tuas atitudes, nunca nada nem ninguém as iria realmente perceber?
O amor é algo que nos leva aos extremos. Não só o amor pela nossa cara metade, que mais de metade da população mundial não consegue realmente encontrar, mas também o amor transformado em forma de amizade, aquele que realmente nos ajuda quando parece que a nossa existência não faz qualquer sentido e quando tememos o pior.
Quem nunca pensou que a vida nunca faria sentido? Quem nunca pensou em por fim à dor? Mas, se o nosso papel é isso, sentir dor, porque não continuar e aproveitar os momentos em que tudo isso é diferente? Não vale a pena falarem-me de amor, porque o amor é algo extremamente horrível que nos leva a lugares terríveis, mas tão bons ao mesmo tempo. Porquê? Porque somos algo maléfico, algo que gosta de sofrer e ver os outros sofrer.
Mas o fim seria tão mais simples. Agarrar numa faca e simplesmente acabar com tudo, sentir a faca a perfurar tudo o que há em ti, a tua barreira para o interior e pensar que a ultima coisa que vais sentir é realmente dor.
Quero ser feliz, mas as minhas acções não mo permitem. Amo as pessoas que estão sempre aqui para mim, quer as conheça há muito ou pouco tempo, mas acabo sempre por magoá-las de uma maneira, ou de outra. Acabo sempre por fazer algo de errado para que elas fiquem a pensar mal de mim. Falo de mim, como falo do meu melhor amigo, ou até da minha família inteira, todos eles erram, todos eles me fizeram sentir inútil, horrível e até nojenta com algo que disseram ou algo que fizeram. Mas nunca me sinto no direito de lhes apontar isso, pois sei e tenho noção que já fiz ou vou fazer muito pior do que me fizeram a mim.
É por isso que nada disto é justo, é por isso que o amor não é a coisa mais perfeita do mundo, porque na realidade não há definição certa para a palavra perfeito. Perfeito é simplesmente um protótipo do que cada um de nós, seres humanos, achamos perfeito, mesmo não sendo. E, por muitos defeitos que tenha, por muitas características péssimas, físicas ou psicológicas, que alguém que amamos tem, em algum momento da nossa vida vamos achar que são perfeitas, ao contrário de nós mesmos, que somos sempre, sempre, uma porcaria.
Digo isto porque sei que não sou perfeita, pois ninguém o é, mas sei de amizades e afinidades perfeitas, algo perfeito aos meus olhos, algo que valorizo e que quero manter até mo permitirem. Mas, se errar? Se a culpa de todos se afastarem for minha? É isso que faz de mim perfeita aos olhos de alguém? Desiludir? Não me parece. Ninguém o gosta de sentir, apesar de todos o fazermos.
Odeio quem sou. Odeio tudo em mim, mas tenho de aceitar isto como um desafio. Por muito feia de seja, por muito pessimista ou por muito que a minha personalidade seja má, sou eu. Isto sou eu.


Margarida, Juliano, yoooooooooooooooo.


Desta vez, quero ser diferente. Quero ser eu a dizer-te que és linda, em vez de seres tu a elogiar os meus ‘lindos textos’.
A verdade, é que nos últimos tempos tens sido muito na minha vida, e tenho de admitir que ao início me foste um bocadinho ‘indiferente’, talvez pelo facto de teres aquele teu lado super intelectual (desculpa, mas eu tinha de dizer isto), ou porque as primeiras impressões que tive tuas foram da menina bem comportada, que fazia tudo bem, que tinha boas notas, sempre, nos testes e todas essas coisas mas, mais tarde, quando me dirigiste o primeiro ‘olá!’, como deve de ser, com o teu sorriso que eu amo tanto, que a partir desse momento, senti que era uma pessoa diferente do que eu pensava. Desde esse momento, a ‘Ana Margarida’ passou a ser a MARGARIDA, uma pessoa espetacular que eu conheço melhor que sei lá o quê, que eu amo e que diz que é minha fã devido aos meus ‘lindos textos’.
E sabes que não tenho maneira de te agradecer por tudo aquilo que já fizeste por mim, por todas as coisas que já disseste por mim. És realmente uma grande pessoa, foste uma das pessoas que se tornou muito na minha vida, que mexeu comigo e que fez com que eu mudasse todos os dias.
Não sabes o que me custou não te puder abraçar no dia 2, porque eu sei que precisava, que tinha necessidade disso, mas como não pude, é mais uma razão para te escrever isto, para te dedicar parte do meu tempo e para gastar a tinta da minha CANETA nova dos textos, que é agarrada com os DEDOS, que fazem parte das MÃOS e que fazem com que a CANETA escreva nesta FOLHA DE PAPEL, por ti!
Mas sabes, o que tenho mais a agradecer é o facto de que sempre que eu estou mal tu reparas e vens falar comigo para me apoiares em tudo o que eu preciso, em tudo o que podes, dando as tuas opiniões, sejam elas quais forem e isso faz-me ficar orgulhosa pela nossa amizade, por aquilo que somos e fomos e somos e sei que seremos!
Quero agradecer-te pelas lágrimas que me secaste, pelos conselhos que me deste e pelos abraços que sempre me fizeram sentir mais segura e aconchegada, mais protegida. Tens estado SEMPRE presente nos melhores e nos piores momentos e há coisas que partilho contigo que mais ninguém sabe, coisas que só confio a ti por uma simples razão: tenho a certeza que não contas mesmo a ninguém, aconteça o que acontecer e essa é outra das razões pelas quais eu gosto de ti. Nunca me vou esquecer dos intervalos antes das rotinas que espero que se repitam e das sessões de estudo em minha casa, que eram mesmo muito boas.
Há pessoas com as quais eu não me imagino a dar no futuro, mas contigo imagino, alias, no outro dia sonhei que eras casada com o Russo e eu com o Farinha e que estávamos os quatro muito divertidos a passear com os nossos filhos na rua, foi tão lindo! (não comentes ahah)
Mas, sem duvida alguma, que és das pessoas mais importantes da minha vida, que foste das melhores coisas que me aconteceram e que eu te amo muito, princesa.
Também quero dizer-te que fico contente por saber que revolucionei a tua liberdade!
E não te atrevas a dizer que está lindo! Arranja outro adjetivo qualquer um pouco mais credível, pensa nisso! Porque se disseres “Oh Marta, está lindo!” eu agarro no papel e vai pela janela fora.
Amo-te oh coisa boa da minha vida.

"Ela era feliz."


« Eu só queria fazer com que ele se sentisse feliz, mas não sabia como o fazer, não sabia o que lhe apetecia, nem sabia se lhe devia perguntar, ou se ele preferia ficar em casa, nada.
Continuei a andar por onde ele ia, até que…
“Não vamos é ficar aqui a olhar para o nada, sff! Espera, já sei onde vamos!”
Ele agarrou na minha mão e começou a correr pelas ruas. Perguntava-me onde é que ele ia, não sabia muito bem, mas na realidade não estava assim lá muito preocupada, porque para mim, o que é realmente importante é estar com ele.
Só paramos num parque, mas não com arvores e relva verde, ou flores, com os famosos bancos castanhos, onde os velhos vão passear quando não têm nada para fazer, ou vão passear ou pessoas vão correr! Era daqueles com baloiços e escorregas, um autentico parque infantil. Por incrível que pareça, não estava lá ninguém. Sentei-me num baloiço e o Simon começou a empurrar-me. Naquele momento senti-me livre. Pus os braços por detrás das cordas onde nos seguramos, e abri-os. Imaginei ser um passaro que podia ir a todo o lado. Sorri e ri à gargalhada, a minha gargalhada ecoou pelo parque todo, conseguia ouvir-me a mim, o que era estranho. Ouvia o riso do Simon e, mesmo estando de olhos fechados, parecia conseguir ver o seu sorriso na minha mente, como se estivesse lá sempre, como se o seu sorriso marcasse o meu dia a dia, e na verdade, todos os dias o vejo, nem que seja no fundo do meu telemóvel, mas ele está lá. O meu cabelo esvoaçava, formando nós que provavelmente mais tarde ia ter dificuldade em tirar, mas isso não era importante. Por isso, abri os olhos. O sol estava a brilhar sobre os meus olhos, o que os fez ficar verdes, eu não vi, mas sei que ficaram. Estava a ir alto e senti as mãos do Simon no meu banco do baloiço, a empurrar, mesmo já indo alto o suficiente. Agarrei-me e olhei para tras, apesar dos meus olhos ficarem meio tapados por causa do vento, consegui ver o Simon a sorrir para mim.
“Pára Simon, pára!”- eu disse rindo e ele não empurrou mais, sentando-se no baloiço ao lado do meu.
Começamos os dois a sorrir e a andar, a baloiçar bem alto, juntos. Os baloiços moviam-se ao mesmo tempo e os nossos risos calavam-se um ao outro como por magia, enquanto ecoavam pelo parque deserto.
Contamos até três e ambos saltamos do baloiço. O solo ainda era de areia como os parques da minha infância, visto que os de agora já tinham todos aquele chão e eu sentei-me na areia a rir. O Simon estava ao meu lado também a rir a olhar para mim. Ele veio de gatas até mim, ainda a rir e aproximou a sua cara da minha, como se os seus olhos se fossem unir com os meus, como se nos juntasse-mos numa só pessoa, como se nos completássemos e, essa sensação era simplesmente perfeita.
“Eu amo-te!”- ele disse.
A seguir, beijou-me. Apoiou as suas mãos na areia do parque ao pé dos baloiços e fez-me ir para trás. O meu cabelo ficou na areia, tal e qual como os sois que desenhamos quando somos pequenos, amarelos e a minha cabeça ficou apoiada na areia e senti a respiração dele no meu pescoço, quando eu fui para trás. Ele pos-se em cima de mim e beijou-me outra vez. As minhas mãos estavam na cara dele, beijava-o fazendo com que as nossas línguas batalhassem de uma vez por todas, por uma guerra que eu queria que fosse infinita. Sim, eu não queria deixar de o beijar, não queria deixar de estar ali com ele, não queria deixar de ter os seus lábios nos meus e sentir o seu corpo perto do meu. Sentia-me realizada de certa maneira. Sentia-me feliz ao lado dele, aliás, sempre me senti.
O Simon levantou-se e ajudou-me. Ele ia preparar-se para me beijar, mas eu fugi. Corri para as escadas do escorrega, podendo ainda ver o sorriso de desafio que o Simon tinha na cara. Sim, eu sei que ele queria vir atras de mim e eu queria que ele viesse atras de mim, mas naquele momento, apesar de ter fugido, só queria estar com ele.
Subi o mais depressa que pude, pensando que ele tinha vindo atras de mim, e dirigi-me de imediato para o escorrega. Nem olhei para trás, sentei-me no escorrega e, só não estava à espera que ele estivesse no fim do escorrega, desci e ele apanhou-me.
“Ah, agora não foges!” – ele disse !
Eu comecei a tentar fugir dele e ele pegou-me ao colo, metendo-me aos seus ombros tipo saco de batatas e levou-me para um muro onde as pessoas de costumavam sentar, pondo-me ai ao seu colo. Parecia um bebe tomate, estava vermelha, com um sorriso na cara e estava ao colo do Simon, de certeza que não há melhor que isso.
Ele beijou-me outra vez e ficamos assim cerca de 1 hora.» * 

é, qualquer coisa derivada disso


" Pode ser estupido ou até absurdo. Pode ser estranho ou difícil de compreender. Pode ser diferente ou até anormal. Mas há uma coisa que é de certeza: verdadeiro.
            Quando ele sorri, o meu sorriso aparece instantaneamente, sem eu fazer para ele aparecer, simplesmente volta à minha cara. Por muito triste que eu esteja, se ele sorrir, eu sou capaz de dar uma gargalhada sem ser forçada.
            Por vezes, quando ele fica sério e me pergunta o que tenho, eu faço um sorriso, desta vez falso e digo que nada se passa mesmo quando se passa tudo à minha volta, mesmo quando tudo está mal, talvez porque eu não o quero preocupar, não quero deixar de ver aquele olhar preocupado a olhar para mim, a pensar que algo de grave se passa.
            Chego a casa, nos piores dias e ligo o computador com a esperança que ele esteja lá para lhe contar o que realmente se passava, para ler as palavras doces que ele costuma dizer, para me por a sorrir com um simples tocar de teclas no computador.
            Sentir que ele se preocupa comigo, independentemente de tudo o resto, faz-me feliz. Porquê? Porque eu acho que nunca senti por nenhum rapaz aquilo que sinto por ele. Não, não é esse amor, aquele por quem nós choramos e sofremos depois de sermos felizes. É aquele que nos deixa felizes com qualquer decisão, que nos deixa orgulhosos de qualquer atitude. Aquele que faz com que não haja arrependimentos por parte de ninguém, que não deixa nenhum cair, que nos faz ficar de pé com um simples olhar ou sorriso. Não é amor? É, acreditem que é, mas é diferente.
            Tenho de admitir que há coisas que me fazem ficar cheia de ciúmes, que por vezes me fazem querer gritar que ele é meu, apesar de isso não ser verdade. Ele é simplesmente uma parte de mim, uma parte que me deixa feliz, que me completa.
            Se um dia acabar? Se não vou sofrer? Se um dia acabar, acabou. E sim, vou sofrer. Vou sofrer mais que quando o meu primeiro namoro acabou, mais que quando a minha mãe disse que eu era uma irresponsável e que não confiava mais em mim. Eu vou sofrer e muito. Não me perguntem porquê, mas o sentimento é tanto, que se acabar, eu própria vou tentar ser a mesma, mas não sei se vou ser. " 

dream. - parte 2


As gotas do céu continuavam a cair. Provavelmente estavam a chorar por mim, estavam a fazer a parte das minhas lágrimas, que não sei porque naquele momento não estavam a ser derramadas. É estranho. Se fosse com uma coisa mínima, eu já não estava a ver nitidamente, já estava tudo desfocado, as minhas lágrimas já se tinham misturado com as nuvens. Queria acreditar que elas sentiam o que eu sentia.
O mar cada vez parecia mais perigoso, cada vez parecia mais teimoso, cada vez mais… não sei. O mar estava a meter-me medo. Estava-me a fazer lembrar tudo aquilo que se tinha passado à uns minutos atrás.
Virei costas ao mar, talvez com a tentativa de pensar noutro assunto que fizesse com que o coração deixasse de apertar como apertava, mas foi em vão. Assim que virei as costas, um relâmpago caiu sobre os meus olhos que se fecharam com a intensidade deste. Abri novamente os olhos, olhei em frente. Lembrei-me do telheiro da loja de skates ali em frente. Estava farta de correr riscos de apanhar uma bela de uma constipação.
Depois de estar debaixo do telheiro, sentei-me e pus a mala preta no meu colo. Sentia uma necessidade imensa de voltar ao vício mas estava a conter-me. Na altura lembrei-me do que ele tinha dito para eu deixar tudo aquilo, mas isso ainda me fez pior. A raiva daquela besta fez com que deitasse tudo a perder. Abri a mala, tirei o isqueiro azul que a Leonor me tinha dado, procurei o maço, que já estava no final da mala porque não o usava há bastante tempo. Meti um cigarro na boca e acendi-o. Eu sei que é estanho, mas aquilo estava a fazer-me sentir melhor, brincar com o fumo que saia da minha boca estava a reconfortar-me de uma maneira inexplicavelmente boa.
O tempo foi passando mas a chuva continuava a cair. Perguntava-me se ele viria à minha procura, se ele ia ficar preocupado por eu estar fora de casa a noite toda, mas as perguntas não obtiveram resposta. Com o passar do tempo fui percebendo a resposta, fui entendendo que aquilo que ele tinha feito tinha sido um aviso para tudo aquilo que se estava a passar.
Comecei a ter dificuldade em respirar. O fumo do cigarro estava a afectar-me, o que não era costume. Normalmente fumava quatro cigarros por dia, ali, no espaço de 3 horas fumei cinco, talvez tenho sido por isso.
Os sinais de que tudo aquilo era verdade estavam a aparecer cada vez mais depressa, o tempo ia passando tanto lentamente como tão rápido que nem dava para eu pensar na minha vida e no que ia fazer dali em diante.
Olhei para o céu. Perante as nuvens todas só uma estrela brilhava, só uma se destacava, só uma se via. Juntei as mãos, e num acto de desespero disse:
- Mãe, porque partiste? Precisava de ti aqui, agora, para me ajudares a ultrapassar esta dor, para me abraçares e dizeres com as tuas palavras doces que estava tudo bem, que me amavas muito e que tudo se ia resolver.
Mas em vão, ela não me ia ouvir. Algo tinha feito com que ela partisse e não me ajudasse mais. Sim, podia crescer mais a nível de mente ou, simplesmente, tornar-me maior por necessidade própria.
Sempre me tinha ficado na memória frases que ela dizia, sinais e pistas que ela me dava para eu ter um futuro melhor, para eu aprender a minha vida calmamente. Frases, que me ensinavam a ser feliz.
Houve uma que me intrigava, uma que eu nunca tinha percebido bem o significado, ou melhor, nunca tinha passado por uma situação daquelas.
« Não trates como prioridade quem te trata como opção »
Frase simples, com nove palavras, fácil de entender, difícil de perceber e de por em prática. Se nós tratamos alguém como prioridade, essa pessoa tem de ser muito importante para nós, essa pessoa tem de ter merecido a nossa confiança em algum momento da nossa vida. Se mudou, pode deixar de ter impacto ou de fazer aquilo que fazia, mas o sentimento e a nossa maneira de a ver não vai mudar de um dia para o outro. Por muito que essa pessoa nos trate de uma maneira diferente, nos olhe de maneira diferente, nos chame de maneira diferente, nós vamos tentar que ela mude para o que era.
Talvez não devêssemos enfrentar o nosso futuro, talvez não devêssemos tentar mudar o nosso destino. Mas é complicado aceitar que a mente de outras pessoas mudou em relação a nós, é difícil perceber que essas pessoas deixaram de nos considerar prioridade, é doentio pensar que nos tratam como opção depois de tudo o que se passa, passou ou até daquilo que se poderia passar.
Por isso é que nós, na maior das vezes, continuamos a trata-las como prioridade. Pode ser que elas entendam de uma vez por todas que nós somos aquelas pessoas que lhes querem bem, que não somos opções, que simplesmente queremos vê-las com um sorriso na cara, queremos que elas sejam felizes de uma vez por todas, nem que para isso tenhamos que fazer papel de cães ou cadelas atrás de alguém.
É triste pensar que alguém que foi tão importante desistiu assim de nós, é triste perceber que depois de tantos anos a construir algo que foi tão essencial, esse essencial desaparece, deixa de ser o que era, deixa de ser prioridade para ser uma simples opção.
Era exactamente o que me estava a acontecer aquilo que me estava a acontecer. Ele não fora simplesmente um companheiro, não fora simplesmente uma pessoa a quem eu contava tudo, não fora simplesmente a pessoa em que eu mais confiava, não fora a pessoa que me fazia feliz, ele fora, sem dúvida absolutamente alguma, a pessoa da minha vida.
Era por isso que eu não queria aceitar, era por isso que eu já há uns anos, ainda o tratava como prioridade. Aquele episódio medonho serviu só e simplesmente para me chamar a atenção da minha prioridade, que até àquele momento tinha sido ele, e que agora passei a ser eu.
Acho que a minha mãe tinha pensado em tudo aquilo, a minha mãe sabia que nalgum dia eu ia passar por uma coisa assim. Afinal de contas, mãe é mãe. 

"compreender? para quê? dá muito trabalho. "


  A pior coisa que podias ter feito era dizeres-me que eu quero que tu vás embora, porque na realidade, isso é o que eu menos quero. Isso é uma das coisas que não compreendo em ti, que não consigo entender, nem conceber a ideia na minha cabeça.Provavelmente, tudo o que eu tentei explicar, foi mal explicado, talvez tudo aquilo que escrevi nas teclas do meu computador, tenha sido em vão, talvez a única explicação esteja nos gestos que, provavelmente, percebeste mal.Magoa saber que eu te tentei ‘proteger’, por assim dizer, e que, a única coisa que consegues dar a entender, é que a culpa de tudo isto é minha e só minha, e por isso, talvez me tenha magoado ainda mais.Eu já to disse. Já te disse que me magoaste quando tu disseste um simples “Não posso fazer nada”, quando te falei do que me atormentava a alma. Sim, eu sei que não o podes curar, que não tens esse dom, mas com essa palavras, só me fizeste lembrar do simples facto de eu também não puder fazer nada para o tirar daquela horrível cama de hospital que o está a atormentar mais do que tu pensas, porque neste momento, se pudesse fazer alguma coisa, eu faria tudo o que estivesse ao meu alcance só para o abraçar de novo, para me rir com ele e com as suas parvoíces, para voltar a ver o seu sorriso e ouvir a sua voz que eu tanto gosto, para voltar a tê-lo ao meu lado nas aulas e ajudá-lo nos testes quando ele precisasse. Eu, neste momento só queria estar sentada numa cadeira, ao lado da cama dele, agarrando-lhe na mão e vê-lo dormir profundamente, pensando que, no dia seguinte, o ia ver sorrir para mim e ia contemplar os seus bonitos olhos verdes acastanhados, piscando e brilhando para mim, fazendo-me ficar feliz, mas nada disso é possível. Não sabes quantas vezes abro uma das suas fotografias, só para relembrar momentos e aí, aí eu só me apetece chorar e ir falar contigo, para me sentir melhor.Sabes porque não o faço? Não o faço pelo simples facto de não te querer ver triste, porque sei da tua indecisão e compreendo-a porque, de certa maneira, também a sinto. Essa tua indecisão por duas pessoas, eu e ela, da qual ela devia sair vitoriosa porque merece ser feliz, merece alguém que a ame e, tu, tu também a mereces e sei que a vais amar. Só espero que não a magoes porque senão vais ter de te ver comigo.     Irritas-me, porque queres ter sempre razão, mesmo quando não a tens, mesmo quando está na cara que a culpa também é tua, que o teu orgulho também contribui para tudo isto.“Cada um segue o seu caminho”? É a tua maneira de resolver as coisas? E tudo aquilo porque nós passamos, não serve para nada? Os bons momentos que passamos juntos, já não importam? Todos os abraços vão “cada um para o caminho”? Todas as vezes que disseste que me amavas e que eu era a tua Julieta, não importaram? Pelos vistos não, pelos vistos quem me quera fora da tua vida és tu. Tu e o teu orgulho e a tua cabeça que, por vezes, deviam pensar um pouco de outra maneira.Vais mesmo? Vais mesmo para a Stuart? Vais mesmo deixar tudo aquilo que tens aqui, nesta escola, só por causa da merda do agrupamento que vai haver, ou já há? Não. Ao contrário do que tu pensas, eu não quero que vás. Não só porque te quero continuar a ver e porque quero continuar a viver momentos contigo, mas sim porque, independentemente de tudo isto, nós fizemos uma promessa, lembras-te? Essa promessa era simples: “ eu prometo que, independentemente de tudo, tu vais ser sempre meu irmão!” Isto nunca vai ser esquecido, T*.  

Dói.



Dói. Dói saber que estas mal e que eu não posso fazer nada. Dói saber que estas incapacitado e que eu não te posso abraçar. Custa querer ver-te e não puder simplesmente porque não me deixam. Só não me revolto contra isso, porque sei que é para teu bem, que é porque tu realmente precisas de alguém que te ajude e não de alguém que te esteja sempre a chatear. 
Dói. Dói não te puder abraçar, não puder ter-te ao meu lado nas aulas, não puder cantar contigo as nossas canções estupidas, sem nexo nenhum. Dói pensar que sofreste e que a tua dor não foi partilhada como eu sempre pedi. Dói saber que, este ano, não vão haver mais noticias como deve de ser, saber que o ultimo teste de história não vai ser feito contigo faz com que as lágrimas se formem nos meus pequenos olhos castanhos. Coisas simples, gestos banais que fazias, hoje deixam saudade. 

Cada paço que dou, cada gesto que faço, cada palavra que digo, alguma coisa que me sai instantaneamente, faz-me lembrar de ti, faz-me pensar nos teus olhos castanhos esverdeados e no teu cabelo meio louro, meio castanho claro que eu tanto gosto. O meu lado direito sempre teve marcado pela tua presença, pela maneira como me aquecias a perna quando eu tinha frio, pelas palavras perversas ou fofinhas que me dizias, o meu lado direito está marcado pelos olhares calados que me mandavas quando tinhas alguma coisa, está marcado pelo silêncio depois de recebida uma má nota num teste. 
Músicas, músicas fazem-me pensar na falta que tu me fazes, na falta que o calor do teu corpo me faz, do frio que sinto quando penso que não vais estar lá nos próximos dias de chuva para me aquecer, os meus dedos tremem quando penso que não vais estar lá para me acalmar quando estiver nervosa, não consigo parar com as pernas quando penso no teu enorme vicio. 
Mas eu prometo, prometo que vou estar aqui para quando precisares de mim, para seres recebido de braços abertos. 
O concerto vai ser gravado conforme planeada, conforme prometido. 
Quando mando papeis ao lixo, quando tiro a caneta azul para escrever, quando me riscam o braço, quando ouço Linkin Park, quando arrasto a cadeira, quando digo alguma barbaridade, quando vejo alguma rotina, quando peço alguma calculadora, quando abro o chat do Facebook, quando escrevo os meus textos gigantes, quando pinto as unhas de cor de rosa, quando mexo na minha lente, quando vejo futebol, quando faço estafetas, quando mexo no meu cabelo, quando faço todos esses simples pormenores que fazem parte do meu dia a dia, lembro-me de ti, do meu colega de lado, da pessoa que eu amo, muito. 

As melhoras meu amor, estamos todos preocupados, volta rápido. *-*